A palavra “límbico” vem do latim limbus, que significa “borda” ou “margem”. O nome foi dado porque o sistema límbico forma uma espécie de “anel” ou “limite” ao redor do tronco cerebral — é uma zona intermediária entre as áreas mais primitivas (instintivas) e as mais racionais do cérebro.

Esse detalhe etimológico tem tudo a ver com o status simbólico do olfato na cultura ocidental. O olfato, sendo o único sentido que se conecta diretamente a essa região “limítrofe” do cérebro — ligada a emoções, instintos e memórias — acabou sendo visto como um sentido inferior, mais animal, em contraste com a visão e a audição, associadas à razão e ao intelecto.

Desde a filosofia grega, especialmente em Platão e Aristóteles, o pensamento ocidental hierarquizou os sentidos: o ver e o ouvir foram ligados ao conhecimento e à alma racional; o cheirar, ao corpo e à animalidade. Assim, o fato de o olfato estar anatomicamente ligado ao sistema límbico — ao “limbo” entre razão e instinto — reforçou culturalmente a ideia de que ele pertence ao domínio das emoções, dos afetos e do que é considerado “inferior” na hierarquia sensorial.

Em resumo: o nome límbico reflete uma posição anatômica e simbólica — o lugar de fronteira entre razão e emoção, o mesmo território onde o olfato habita, historicamente rebaixado por ser o mais corporal dos sentidos.

Descubra mais sobre o olfato e odores na oficina de perfumaria da Realindo. Clique aqui para saber mais.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *