Nas obras de Constance Classen, especialmente em Aroma: The Cultural History of Smell (1994), escrita em coautoria com David Howes e Anthony Synnott, o olfato é apresentado como um potente marcador de distinção social. A autora demonstra que, na cultura ocidental moderna, os odores passaram a figurar como sinais sensoriais que se associam diretamente às hierarquias sociais. Enquanto os corpos das classes populares foram historicamente associados a odores considerados ofensivos — ligados ao trabalho físico, à proximidade com a natureza e à suposta falta de higiene —, as elites buscaram construir ambientes e corpos desodorizados, perfumados e controlados olfativamente. O cheiro, portanto, torna-se uma tecnologia simbólica de vigilância social, em que o mau odor é interpretado como signo de desordem, marginalidade e inferioridade, enquanto a ausência de cheiro ou o uso de fragrâncias refinadas se associam à civilidade, ao prestígio e ao status (CLASSEN; HOWES; SYNNOTT, 1994).
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Referência:
CLASSEN, Constance; HOWES, David; SYNNOTT, Anthony. Aroma: The Cultural History of Smell. London: Routledge, 1994.