A olfação é o processo sensorial responsável pela detecção e percepção dos odores, realizado pelo sistema olfativo humano. Esse processo ocorre quando moléculas voláteis presentes no ambiente entram pelas narinas e se fixam na mucosa olfativa, localizada na parte superior da cavidade nasal, onde interagem com receptores específicos que transmitem sinais ao bulbo olfativo e, posteriormente, ao cérebro. A olfação é um sentido diretamente conectado ao sistema límbico, área responsável pelas emoções e memórias, o que explica sua forte ligação com experiências afetivas e evocação de lembranças (Classen; Howes; Synnott, 1994).

Quanto aos graus de percepção de odores, eles podem ser classificados em três níveis principais, segundo estudos da osmologia e da psicofísica dos sentidos (Engen, 1982):

  1. Limite de detecção – é o nível mais baixo, no qual o indivíduo percebe que existe um odor no ambiente, sem necessariamente ser capaz de identificar qual é. Trata-se apenas da percepção da presença de um cheiro.

  2. Limite de reconhecimento – ocorre quando o odor é não apenas detectado, mas também identificado e associado a uma fonte ou a uma memória olfativa específica. Por exemplo, perceber não só que há um cheiro, mas reconhecer que é cheiro de café.

  3. Discriminação e diferenciação – refere-se à capacidade de distinguir entre diferentes odores, mesmo quando eles são muito sutis ou estão misturados. É o grau mais sofisticado da olfação, fundamental, por exemplo, para perfumistas, sommeliers e profissionais que trabalham com aromas.

Esses níveis podem variar de pessoa para pessoa, dependendo de fatores genéticos, culturais, ambientais e até emocionais, já que o olfato é altamente condicionado pela experiência de vida (Classen; Howes; Synnott, 1994; Engen, 1982).

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Referências:

  • CLASSEN, Constance; HOWES, David; SYNNOTT, Anthony. Aroma: The Cultural History of Smell. London: Routledge, 1994.

  • ENGEN, Trygg. The Perception of Odors. New York: Academic Press, 1982.

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