Você já parou pra pensar como o seu nariz sabe diferenciar o cheiro de café do cheiro de gasolina, mesmo quando os dois estão no ar ao mesmo tempo? Pois é — essa pergunta intrigou cientistas por décadas. E foi justamente tentando respondê-la que Linda Buck e Richard Axel ganharam o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina em 2004.

Mas o que eles descobriram foi muito mais do que uma simples explicação sobre “cheiro”. Eles descodificaram o sistema olfativo — o mecanismo biológico que permite ao nosso cérebro entender o mundo dos aromas.

 O que eles descobriram

Buck e Axel mostraram que o olfato funciona graças a uma família gigantesca de genes, cada um responsável por um tipo específico de receptor olfativo — pequenas proteínas localizadas nos neurônios do nariz.

Esses receptores são como fechaduras, e as moléculas de cheiro são as chaves. Quando uma molécula se encaixa no receptor certo, o cérebro recebe o sinal e começa a interpretar o aroma.

O mais incrível? O ser humano tem quase mil genes dedicados a isso! É um dos maiores conjuntos de genes do nosso genoma — o que mostra o quanto o olfato é importante evolutivamente.

 Como o cérebro entende os cheiros

Eles também descobriram que cada neurônio olfativo expressa apenas um tipo de receptor, e que os neurônios com o mesmo receptor mandam seus sinais para pontos específicos do bulbo olfativo (a região do cérebro responsável por processar cheiros).

Em outras palavras: o cérebro monta um “mapa de cheiros”, onde cada aroma ativa um padrão único de neurônios. É por isso que conseguimos reconhecer instantaneamente o cheiro de chuva, de pão quente ou de um perfume antigo que traz lembranças.

E onde entra a brasileira nessa história?

No meio dessa revolução científica estava Bettina Malnic, uma pesquisadora brasileira que trabalhou com Linda Buck na Universidade Harvard. Bettina teve um papel superimportante na comprovação de que cada neurônio do epitélio olfativo expressa um único gene de receptor olfativo — uma das peças-chave da descoberta premiada.

Depois disso, ela voltou ao Brasil e se tornou professora no Instituto de Química da USP, onde segue pesquisando como o cérebro interpreta e codifica cheiros — e como isso influencia emoções e comportamento.

 Por que isso importa

Graças a essas descobertas, hoje entendemos o olfato como uma linguagem complexa de sinais, que conecta corpo, memória e emoção. E, claro, abriu caminho para estudos sobre como o cérebro percebe o mundo invisível dos odores — do marketing olfativo aos diagnósticos de doenças pelo cheiro!

Descubra mais sobre o olfato e odores na oficina de perfumaria da Realindo. Clique aqui para saber mais.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

>