A fadiga olfativa, também chamada de adaptação olfativa, é um fenômeno biológico no qual o sistema olfativo reduz sua sensibilidade a um odor após uma exposição contínua ou prolongada. Isso significa que, ao permanecer em um ambiente com um cheiro constante, o cérebro para de perceber esse cheiro após alguns minutos. Trata-se de um mecanismo adaptativo do sistema nervoso, que prioriza novos estímulos — geralmente mais relevantes para a sobrevivência — em vez de sinais constantes que já foram reconhecidos como não ameaçadores (Herz, 2007).

Por exemplo, alguém que entra em uma padaria sente intensamente o cheiro de pão no início, mas, depois de alguns minutos, esse cheiro praticamente desaparece para essa pessoa, embora ainda esteja presente no ambiente. No entanto, se um novo odor surgir, como cheiro de queimado, ele será imediatamente percebido.

Fisiologicamente, isso ocorre porque os neurônios sensoriais da mucosa olfativa diminuem sua atividade após exposição contínua ao mesmo odor, e o cérebro, particularmente as regiões do córtex olfativo, filtra essa informação sensorial para evitar sobrecarga (Engen, 1982).

A fadiga olfativa não é total nem permanente — basta se afastar do odor por alguns minutos para que a sensibilidade seja restaurada. Esse limite biológico é particularmente relevante em áreas como perfumaria, gastronomia e controle ambiental, onde profissionais precisam lidar com sua própria adaptação sensorial.

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Referências:

  • HERZ, Rachel S. The Scent of Desire: Discovering Our Enigmatic Sense of Smell. New York: Harper, 2007.

  • ENGEN, Trygg. The Perception of Odors. New York: Academic Press, 1982.

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